A ABORDAGEM NA FISIOTERAPIA
Todo o primeiro passo, quer na tomada de decisão, quer no processo científico, inicia-se com a formulação de uma hipótese, de uma teoria ou de uma filosofia...
Fig.1 - Filosofia enquanto ferramenta de formulação de hipóteses
No desporto, diz-se que um atleta conta mais do pescoço para cima do que do pescoço para baixo. Esta expressão visa valorizar no atleta muito mais o seu modelo de raciocínio e capacidade na tomada de decisão durante o jogo em relação às suas capacidades atléticas e físicas.
A realidade nos profissionais de saúde, nomeadamente nos fisioterapeutas, julgo ser paralela. Por muitas formações, ferramentas e técnicas que venhamos a acumular, são os nossos métodos, abordagem e tomada de decisão que nos irão diferenciar dos restantes no mercado de trabalho.
Nesse sentido, cabe a cada um tomar o seu rumo, e determinar através da ciência, da prática e da experiência a metodologia ou abordagem que melhor se adequa à sua identidade.
A realidade nos profissionais de saúde, nomeadamente nos fisioterapeutas, julgo ser paralela. Por muitas formações, ferramentas e técnicas que venhamos a acumular, são os nossos métodos, abordagem e tomada de decisão que nos irão diferenciar dos restantes no mercado de trabalho.
Nesse sentido, cabe a cada um tomar o seu rumo, e determinar através da ciência, da prática e da experiência a metodologia ou abordagem que melhor se adequa à sua identidade.
A nossa identidade está expressa em diversas dimensões, desde o perfil pessoal até ao perfil profissional, social e cultural. Todos estes aspectos são fundamentais e indissociáveis.
Fig.2 - Dimensões da Identidade
"...basear a nossa abordagem fora dos fundamentos e validação da ciência torna-nos profissionais de saúde irresponsáveis..."
Isso dá-nos o direito de ter uma abordagem própria e não há perigo ou mal nenhum nisso. A nossa filosofia pode ter maior enfoque na promoção da saúde, na prevenção, na intervenção aguda, na gestão da doença crónica e a nossa prática pode estar mais direccionada para a vigilância, para prescrição de exercício, para a terapia manual... Isso pouco importa desde que sejam respeitados os fundamentos que sustentam uma prática baseada na evidência científica. Basear a nossa abordagem fora dos fundamentos e validação da ciência torna-nos profissionais de saúde irresponsáveis.
Porquê?
A prática baseada na evidência confere valores fundamentais no respeito ao indivíduo que procura cuidados em saúde... Aliás confere valores éticos base que deveriam ser norma de qualquer prática em saúde:
- Humildade - Questiona constantemente a nossa experiência clínica de modo a que esta se adeqúe à realidade e não que seja enviesada por aquilo que desejamos que seja a realidade
- Empatia - Obriga a que a nossa abordagem e a informação científica utilizada respeite o contexto psico-social do indivíduo alvo dos nossos cuidados.
- Ambição - De expandir horizontes, adquiri novos conhecimentos e procurar novos métodos e ferramentas para promover melhores cuidados para a população
- Solidariedade - O modelo científico não é estanque nem exacto, ao invés, é dinâmica e pretende respeitar 3 eixos fundamentais: o conhecimento científico, a individualidade filosófica e intelectual do clínico e os valores e crenças do utente4
- Partilha - O conhecimento deve ser transmissível e compreendido por todos os alvos da mesma intervenção, sejam eles pares, profissionais de saúde, outros profissionais, familiares, cuidadores e claro (sempre!) o nosso utente/cliente.
- Segurança - Através de padrões de práticas regulados e estandardizados permite resultados mais previsíveis, seguros e de custos mais baixos.
Portanto na altura de escolher, não tenha receios:
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